A que ponto chegamos ?

A notícia que foi veiculada pela secretaria da Saúde, Alexandra Lentz, sobre demandas judiciais que determinam a realização de cirurgias de média complexidade, não eletivas, que serão custeadas pelo município é de deixar todos surpresos. Cabe ao município, o atendimento básico na rede de Saúde, cabendo a média e alta complexidade para o Governo do estado e União. No entanto, o que se vê é cada vez mais os municípios assumindo responsabilidades que não são suas. Se ainda fossem cirurgias de urgência, até passaria . Mas cirurgias eletivas ? O que está acontecendo é algo que realmente ninguém entende. Quando se pensa que vimos de tudo, lá vem outra decisão, seja na esfera política ou judicial que pega todos de surpresa. O desgaste do gestor público é inimaginável. Quem está à frente de qualquer secretaria realmente tem que ser um Iron Man ou Iron Woman – Homem ou mulher de ferro – com estomago de titânio para resistir a incomodação que ocorre todos os dias. É lógico que haverá alguém a dizer que estão a frente das secretarias porque querem, tem salários bons ao final do mês. No entanto, é de ser racional e entender o que vem ocorrendo. No caso da Saúde a situação é de um equilibrista, malabarista, que tenha se equilibrar sobre números e uma demanda cada vez mais crescente de exames, consultas especializadas. As pessoas, mesmo que alguns queiram dizer o contrário, estão empobrecendo e não conseguem manter um plano de saúde, pois até mesmo eles estão represando consultas para 2, 3 ou 6 meses. O fato é que os governos do Estado e federal se omitem no repasse mínimo previsto em lei. Daí entra a luta de deputados, como Darcísio Perondi(PMDB), que preside a frente Parlamentar de Saúde, exigindo que o governo simplesmente cumpra o percentual que lhe é atribuído pela Constituição. Tudo acontece nos municípios , mas não se pode esperar que se façam milagres, tire-se coelho da cartola em situação que são de responsabilidade dos demais entes, Estadual e Federal. O problema é que as questões da Saúde vão chegando a um ponto, onde ou você enfrenta com coragem e ousadia, ou simplesmente pega o boné e vai embora.